O ferry e a sensação de estar em casa já estão perto! Entre todos,
mesmo estando a adorar a experiência, reina o desejo de atravessar novamente
para a Europa! E vai ser hoje! Está decidido! Faltam poucos km até Tanger e com
o Atlas já para trás, a estrada não nos deve reservar grandes dificuldades.
Os km foram passando e o ferry do meio-dia foi dado como
perdido… Bem, já que agora ganhamos algumas horas de margem até ao próximo,
mais vale parar e almoçar por aqui. E pela primeira vez nesta viagem paramos
num talho/café/restaurante. Sim, daqueles com a carne pendurada cá fora,
exposta a… bem, exposta a tudo! Ora bem, e o que vai ser o almoço?
Precisamente: carne! E que bem boa estava! E ao ser assada desaparecem
quaisquer impurezas, ou pelo menos, ficam mais crocantes… Proteína alguém lhe chamou...
Toca a fazermo-nos ao caminho, que ainda temos uns km até
Tanger. Estes últimos km fizeram-se muito bem, sem nenhum problema. Chegar ao
porto em Tanger não é complicado, desde que se tenha o mínimo de sentido de
orientação. Basta entrar na cidade e rumar para a avenida marginal, depois, é
impossível perder o porto.
Desta vez, já estávamos preparados para os pedinchões dos
funcionários e já sabíamos como se processava a burocracia de entrada. Afinal,
eu e o Conde até já o tínhamos feito!...
Mais sujos, mais cansados e com menos € na carteira. Mas com o mesmo sorriso de há uns dias e muito mais ricos! |
Antes da fronteira fomos trocar os poucos Dirhams que
restavam e depois foi entrar, carimbar passaporte, entregar o papel da mota,
passar pela Polícia e aí vamos nós para a fila do ferry! Fácil, sem “desperdiçar”
dinheiro e sem nenhuma confusão! Se voltar a Marrocos, já não me apanham
desprevenido!
Uma marca de motos. Uma marca de capacetes. Temos gostos simples, não? |
Agora é atravessar para territórios conhecidos e depois
iniciar os longos km que nos separam de casa. O regresso será apenas mais uma
série de km e horas seguidas na estrada… O tempo para chegar a casa já não abunda e
todos queremos uns dias para descansar antes de iniciarmos o trabalho… As
férias passaram bem depressa… Acontece sempre isto… Se demorassem tanto tempo a
passar como demoram os dias anteriores à partida é que era bom! Mas o regresso
também tem coisas boas: começa-se a falar de novos destinos! “Este já está!
Mais um sonho! Qual é o próximo?”
A patine no seu máximo! |
E para mim, acabou assim... Uns milhares de km depois. |
E pronto! Marrocos começa a ficar para trás… O mar está
complicado. Está muito vento e as ondas não dão descanso ao ferry nem aos passageiros… Aproveito para dormir (descobri ser a melhor forma de fazer a travessia).
Pelos intervalos da ondulação consegue-se ver as montanhas marroquinas. Cada vez mais longe…
Espanha cada vez mais perto…
Pelos intervalos da ondulação consegue-se ver as montanhas marroquinas. Cada vez mais longe…
Espanha cada vez mais perto…
Atracamos. Espanha!
Marrocos vê-se ao longe...
Foi uma excelente experiência, da qual todos tiramos algo que nos mudou, mas agora é uma imagem no horizonte... E é também uma maravilhosa recordação que nos acompanhará por muito tempo. Para sempre, talvez?
Foi uma excelente experiência, da qual todos tiramos algo que nos mudou, mas agora é uma imagem no horizonte... E é também uma maravilhosa recordação que nos acompanhará por muito tempo. Para sempre, talvez?
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