No dia seguinte, já com luz para melhor vermos a cidade, deu para perceber que este é um Marrocos diferente do que tínhamos visto. As construções em adobe e o pó avermelhado que entra por todo o lado e faz parte integrante da vida dos locais. Nota também muito positiva para a limpeza, organização e acima de tudo para o trânsito calmo em Ouarzazate. E o calor… Estava mesmo muito quente…
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Novamente a estrada, agora a sul do Atlas... |
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... cada vez mais desértica e com a areia a querer invadir os limites do alcatrão... |
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Que duo! |
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Estúdios Atlas à saída de Ouarzazate. Por aqui foram filmados, entre muitos outros, o Lawrence da Arábia, o Gladiador, a Múmia e a Pesca do Salmão no Yemen, com o Ewan McGregor. |
E, para não variarmos muito, novo dia novo destino! Hoje era
dia de apontar rumo para Este, para as Gorges du Dadès e do Todra. E contávamos
ficar a pernoitar num desses locais, onde no apetecesse. Mas antes, era altura
de retroceder um pouco, passar pelos estúdios Atlas onde diversas produções de
Hollywood foram feitas e seguir caminho até mais um ponto de interesse marcado
pela UNESCO: Ait Ben Haddou. Um Ksar, ou cidade fortificada, em muito bom estado
de preservação e também ela palco de algumas filmagens famosas. Valeu bem a
pena os 70 km a mais. Depois de uma intensa hidratação (era de manhã cedo e as
temperaturas já não andavam longe dos 30 graus) toca a apontar então para o
objetivo do dia.
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As três máquina em Ait Bem Haddou |
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O fotógrafo fotografado... |
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Uma panorâmica |
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Valeu o desvio! Valeu cada km. |
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Os 4 valentes! |
As estradas por esta zona já permitem um andamento bem mais
constante e algo mais rápido. Não se vê nem um décimo da polícia e com retas de
20 km não é fácil ir a 80km/h… Toda a paisagem mudou! Até os animais que pastam
livremente mudaram! Se até chegarmos ao Atlas o que se via em todos os campos
eram uns burritos, agora vemos camelos! Camelos livres? A pastar? Incrível
visão para nós!
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As primeiras palmeiras! Sim! Definitivamente, estamos no sul de Marrocos! Estamos extremamente animados com isso! Era este Marrocos que estava nas nossas fantasias com este país. |
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A caminho das Gorges du Dadès |
Toca a parar para tirar umas fotos ao pessoal em andamento,
pois nunca conseguem esse tipo de fotos e não é que no meio do nada apareceu
logo um fedelho a esticar a mão: “Dirham! Dirham!”… Ficam as fotos para alguma
outra zona mais deserta, se tal for possível! Este local já está muito
preenchido! E toca a arrancar!
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Um fantástico almoço em Skoura. |
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A caminho do Dadès |
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A paisagem, mesmo que impressionante, não deixava antever o que nos esperava. |
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As aldeias aqui quase não se distinguem da montanha. |
Depois de um almoço num café de beira de estrada, onde
comemos uma maravilhosa omelete berbere, sentados à sombrinha numa bela esplanada
(e mais uma vez com wifi!), partimos em direção ao Dadès. Um ponto muito
referido em todas as crónicas que já tinha lido e uma suposta referência
marroquina. Pessoalmente, não achei nada de especial. As curvinhas até ao
miradouro são engraçadas, mas depois dos passos dos Alpes ficam um pouco aquém
das expectativas. E as vistas não são extraordinárias… Em locais como o Dadès e
outros desfiladeiros do mesmo tipo, prefiro sempre uma estrada que vai cá em
baixo pela beira do rio e não em cima, de onde vemos apenas rocha e mais rocha
e apenas adivinhamos um curso de água no fundo de tudo. O que me leva ao
próximo destino: as Gorges du Todra! Aqui a estrada vai paralela ao rio e
olhando para cima vemos dezenas, centenas até, de metros de parede rochosa.
Mas, com o avançar da hora e o sol a pôr-se de repente, está na hora de
procurar abrigo para a noite e deixar o Todra para amanhã.
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A subida nas Gorges du Dadès |
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Paredes de dezenas ou centenas de metros absolutamente na vertical |
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Mais um gancho! Estaremos nos Alpes?! |
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Cheio de calor, cheio de pó, mas contente de ali estar! |
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E no meio do nada um "portão" a delimitar as várias regiões do país. |
E foi assim, um pouco por acaso e até mesmo por cansaço, que
demos com esta casa tão pitoresca, já a caminho das Gorges. 100 Dirhams por
pessoa para dormir num quarto limpo, com wc e com uma decoração muito bem
conseguida? Temos negócio! E ainda temos wifi e parque fechado para as motos como
bónus! Então entra o nosso marroquino de serviço e toca a negociar preços para
jantar, dormida e pequeno-almoço. No fim, com tudo acertado, lá vamos repetir a
rotina do descarregar, banho e jantar!
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O quarto. |
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E as vistas. |
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Até os gatos?? Com outras duas motas ao lado e nenhuma foi "assaltada"... Bem, pelo menos o gato tinha bom gosto! Escusava era de ter aberto a "torneira", mas enfim... |
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Por esta altura já estava expert na arte do chá!
(bem melhor do que com a cidra nos Picos!!) |
Incrível como um local que noutras circunstâncias não nos
chamaria a atenção, acabou por ser um local dos mais interessantes onde
ficamos. Não pelas condições excelentes mas antes pelo serviço genuíno. Claramente, não estamos
a falar de nenhuma instalação hoteleira de uma qualquer rede internacional.
Estamos antes a falar do que parecia ter sido uma habitação familiar
convertida, com uma (muito) pequena equipa a tentar tornar aquilo num negócio
rentável. São habitantes locais que por lá trabalham (e não vi mais que 3) e
por lá devem também viver. E o mais curioso é que, com a provável falta de
formação em hotelaria, o serviço é extraordinariamente atencioso e cuidado. Foi
uma experiência muito agradável e um contato mas próximo com a cultura
marroquina. Uma sorte ter decidido, sem outro motivo que não o cansaço, parar
por aqui.
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A patine ia crescendo... |
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