terça-feira, 11 de junho de 2013

Finalmente... Estrada!!





E tudo começou… Eh! Espera lá!! Como é que começou esta ideia?

Uhhmmm… Acho que a ideia de viajar até Marrocos já vem de longa data! Desde que o “bichinho” das viagens me mordeu que Marrocos sempre fez parte do meu imaginário.
Até à data nunca se tinha proporcionado cumprir o sonho. E porquê? Acima de tudo, creio que por receio de viajar para um local tão diferente, tão pouco “europeu”. Comecei por inventar desculpas: “Ah, é melhor começar por viajar pela Europa para ir ganhando experiência.” ou “Pois… Gostava… Mas sozinho não mete piada…”. Enfim… Longe estava eu de perceber que todos os receios que tinha de fazer uma viagem destas, foram precisamente as mesmas razões que me fizeram adorar os km e os dias passados em terras marroquinas.

E bem… No MotoEvasão já se tinha falado de uma viagem a Marrocos por inúmeras vezes, desde há anos. E quando a vida nos prega algumas partidas e decidimos começar a viver os sonhos em vez de apenas os sonhar, a hora tinha chegado!

A nossa aventura
O assunto foi novamente abordado e houve algum interesse imediatamente manifestado por um casal amigo que já me tinha acompanhado “noutros carnavais”: o Rui Silva e a Andreia na sua PanEuropean e mais tarde o Conde na sua Deauville.  As coisas foram ficando sérias e aos poucos tudo foi tomando forma… Bom… Tomando forma não será o melhor termo, porque no que respeita a preparação e programação tudo se resumiu à compra de um bom mapa de Marrocos! Sim! Daqueles antigos em papel e onde a cidade que nos interessa fica sempre na dobra do mapa e o dia de virar o mapa pelo verso é sempre uma alegria! Sem hotéis, ferry ou o que quer que seja previamente marcados! Apenas uma ideia dos locais que pretendíamos passar…

Para mim, este padrão de viagem foi uma completa estreia! Em todas as viagens que fiz sempre parti com todas as reservas feitas e todos os percursos definidos e programados no GPS. Desta vez, nem o GPS ia levar comigo! E para quê? Eu quero é aventura!


E que aventura acabou por ser…

À saída

Km 0 - Para mim a aventura começa aqui



Para Sul até Marrocos

No dia marcado, Sábado de manhã (quase) bem cedinho, lá nos encontramos em Coimbra, local marcado para se juntar a comitiva e arrancar sempre para Sul, rumo que iríamos seguir nos próximos dias.

Com milhares de km pela frente e um sonho para realizar, a disposição só podia ser boa.

E com autocolantes da aventura colados nas motas e equipamentos vestidos, lá partimos! Uma dúzia de dias e uns milhares de km esperavam-nos! Boa disposição e alguma ansiedade eram sentimentos partilhados, mas num grupo de amigos, não há motivos de receio! Qualquer problema é resolvido entre todos!

E fomos andando… Sempre evitando auto-estradas, como mandam as regras de qualquer bom passeio de mota! Bem… Não será bem verdade, porque se para Marrocos só tínhamos mapa, para chegar a Tarifa caímos no erro de confiar no GPS do Conde… IC3, IC8, IP2… Tantas siglas que o desgraçado do aparelho se confundiu e acabamos todos a fazer alguns km de AE até Portalegre, onde íamos fazer a primeira pausa e levar as máquinas à “revisão” no fim-de-semana portas abertas dos concessionários Honda. Fomos muito bem recebidos, mas uma enorme quantidade de PCX que estavam à nossa frente acabou por nos fazer “perder” mais de 3 horas.

Honda em Portalegre
Com direito a snack's, uma valente seca, revisão e um spray de limpeza oferta

Com tudo prontinho lá nos pusemos a caminho do destino previsto para o primeiro dia: Jerez de la Frontera.
Exceto o facto de termos andado a atravessar nuvens compactas de criaturas voadoras (mosquitos, talvez?) os km foram passando sem problemas.

Paragem para esticar as pernas ainda a caminho de Jerez

Chegados e instalados em Jerez, não sem antes termos andado a penar no trânsito infernal da cidade (estava quase tudo fechado ao trânsito devido a procissões), fomos tratar foi de encher os nossos depósitos! Nada que não se resolva na perfeição numa bela esplanada com algumas tapas e sempre uma excelente disposição. E estamos definitivamente longe de Portugal! Por aqui as esplanadas têm wifi, o hotel tem wifi… Em todo o lado se encontram redes desbloqueadas!

Estacionamento VIP em frente à Catedral
Mesmo com a Policia do outro lado da estrada dormiram com a pulseira

E passou o primeiro dia depois de uma grande dose de km necessária para nos aproximarmos do destino pretendido: o ferry e o desejado território Magrebe!
Deitar cedo e cedo erguer… Nada disso!!! Deitar tarde e muito cedo erguer!! Isso é que bom! Enfim, depois de um pequeno-almoço tomado ainda com um olho fechado e o outro meio aberto, lá preparamos tudo e nos pusemos a caminho! O tão antecipado dia estava a começar!

As vantagens de ir de mota? Podemos ir para a frente da fila, mesmo chegando em último!

Destino: Tarifa! É desta! É desta que Marrocos não nos escapa! Chegados ao Porto de Tarifa deu tempo de comprar os bilhetes (ida e volta, com regresso aberto, isto é, sem data), parar as motos na fila, correr até ao Multibanco para levantar euros (levantamentos em Espanha não têm taxas ou comissões, ao contrário do que acontece em Marrocos) para depois trocar por Dirhams. Finalmente embarcar! Primeiros a embarcar, motas bem seguras (será?) e aí vamos nós.

O preenchimento dos papéis não é nada complicado e  faz-se sem grandes problemas.

No barco é altura de ir apresentar o passaporte a um funcionário marroquino que carimba o visto de entrada e o nosso número de identificação. A viagem para lá fez-se sem sobressaltos. O mar estava calmo e foi uma travessia serena.

Uma hora de viagem serve perfeitamente para por o sono em dia

Finalmente Marrocos à vista! Entrada no Porto. Barco parado. Início do desembarque. E… é agora! Marrocos cada vez mais perto! 
Ah! Espera! Ainda falta a fronteira! Bom… Para primeira vez até que não foi muito mau! Bem, pelo menos mantivemos os euros todos no bolso! Mas por outro lado, demoramos mais de 1 hora… Depois de despachados os “auxiliares” que nos rodearam, vestidos com coletes da Douane e nos prometiam tudo e mais alguma coisa por apenas uns euros, eu e o Conde, com o passaporte e o impresso da mota fomos direcionados para um balcão da Polícia. Pois… Balcão errado… Acontece que acabamos na fila para sair de Marrocos. O funcionário não se apercebeu e toma lá carimbo de saída do país… O resto foi uma aventura… Anular carimbos, explicar o que aconteceu, fazer de estúpido e dizer “No entiendo!”. Acabamos com o suposto responsável da fronteira a tratar pessoalmente dos nossos papéis. Com tudo tratado, foi rápido e sem problemas. Nem para nós olharam quando abriram o portão para finalmente entrarmos em território marroquino!

Estavam tal e qual como as deixamos, para nossa alegria

E pronto! Já estávamos em Marrocos!
Primeira coisa a fazer? Trocar dinheiro! É fácil! Logo nos primeiros metros depois da fronteira há algumas casas de câmbio! Toca a trocar dinheirinho e sair da casa de câmbios com um maço de notas! Assim por alto, fizemos as contas no decorrer destes dias com uma relação de 1/10, ou seja 1 Euro – 10 Dirhams. Não é o câmbio exato, mas “serve” para termos uma ideia dos preços.
Estávamos em Tânger! Não era local que nos inspirasse a visitar, assim que, rumamos para sul, sempre pela costa, com ideias de ir dormir a Kenitra.
Bem… assim que saímos do porto levamos logo um choque! A primeira coisa que nos aparece é uma rotunda! Pior que isso: uma rotunda marroquina! Não estávamos preparados para aquilo! Os artistas são Kamikazes!!! Regras? - Nada disso! Respeito? - Desconheço a palavra! Um desatino absoluto. E o pior de tudo? Íamos fazer parte disto tudo nos próximos dias!

A tentar encontrar a N1 para sairmos de Tanger

Os primeiros contactos com os mercados de beira de estrada

Mas bem, toca a seguir caminho!
Tal com todos tínhamos lido em imensas crónicas, a polícia está por todo o lado! Rotundas à saídas das povoações são os locais preferidos! Mas não só! Conseguem ser criativos! Quase parece uma cena de uma qualquer filme do Gendarme de St Tropez, com a farda muito aprumada e enfeitada com medalhas e afins, radar em punho e escondido atrás de um arbusto… Incrível! Mas a verdade é que acabamos por cumprir sempre os limites impostos.



Em Asilah, já "apoiados" por um guia lá fomos andando pelo centro...

... até chegarmos a um restaurante dum "amigo do primo do vizinho da mãe da namorada" que tem a melhor tagine de Asilah.

Os gatos são uma presença frequente por aqui

Depois, o país… Bem, deste primeiro dia posso dizer que não fossem opiniões de amigos que já tinham estado por Marrocos e que diziam maravilhas do país e eu tinha regressado ao ferry nesse mesmo dia e acabava as férias pela costa espanhola até Andorra para uma sessão de compras… E este era um sentimento partilhado. Mas tínhamos de acreditar nas dezenas, centenas de viajantes, todos com a mesma opinião: vale a pena! E fomos andando, um pouco desiludidos…

O centro de Kenitra by night

O dia foi passando até que chegamos a Kenitra, onde tínhamos “programado” ficar a dormir. Pela primeira vez para todos, era hora de fazer algo inédito: chegar ao final do dia a uma cidade desconhecida e partir em busca de alojamento!...


As vistas de um dos quartos

Apesar de sabermos que se consegue dormir em Marrocos por valores até mesmo inferiores aos 100 Dirhams (aproximadamente 10 euros), a verdade é que logo em Kenitra demos com um Hotel dessa gama de preços… Nem tivemos coragem para entrar… Gostava de conseguir ficar em sítios assim, mas a verdade é que há uns mínimos no que respeita a higiene que eu não dispenso. E pelos vistos, o resto do grupo também não… Ninguém se deixou impressionar pelas “excelentes condições” do hotel low cost, mesmo por cima do assador de frangos… 

Sempre boa disposição! Afinal, estávamos de férias!

E assim, acabamos por ir espreitar ao melhor hotel da cidade. O parque automóvel à porta prometia condições de luxo e um preço a condizer. Tudo preparado para receber um casamento, na mais luxuosa sala de festas da cidade… Perguntamos o preço. Contas feitas andava perto dos 60 euros… Dada a hora e o nosso desalento com o país e as condições gerais que tínhamos visto neste primeiro dia, aceitamos. Mas bem, Marrocos é mesmo um país de surpresas e o hotel não foi exceção… Os corredores nos andares eram… indescritíveis! Quantas pessoas já teriam morrido naquela alcatifa?! Os quartos? Bem, digamos apenas que estavam a condizer com o estado geral dos corredores. Mas pelo menos estavam limpos, tanto quanto a pouca luz e as lâmpadas fundidas deixavam ver. Adiante! Toca a tomar banho e descer para jantar!



Piscina para "lavagem a seco"...
O nosso primeiro jantar marroquino foi engraçado! Cheios de calor, enfiados num canto apertado duma sala e na televisão a Sport Tv!! Ah ah ah… Espetadas, batatinha frita e salada! Bem bom e por valores que na europa acharíamos que tinha sido engano!...
Agora sim! Banho tomado, barriga cheia! Toca a fazer de turista e passear por todo o lado de máquina em punho! O que dizer de Kenitra?... Pessoalmente não gostei… Achei a cidade suja, confusa e absolutamente desorganizada. O ambiente não me pareceu nada amistoso. Não foi exatamente a melhor forma de acabar o primeiro dia em Marrocos, que até então só nos tinha deixado com vontade de dar a volta e regressar a “casa”.

Mas pode ser que dia a dia a coisa melhore! Vamos andando e vamos vendo.

Mazagão

Novo dia! Mais km e algumas boas surpresas que começaram a fazer mudar a ideia do país.
Definimos como objetivo do dia tentar chegar a El Jadida, antiga Mazagão nos tempos da nossa presença no território hoje marroquino. Sabíamos que por lá havia uma cidadela portuguesa, muralhada e património da UNESCO. Tivemos de ir até lá espreitar!


Medina de Rabat

Medina de Rabat

Pelo caminho decidimos parar em Rabat, não muito longe de Kenitra, e ir dar uma espreitadela na Medina. Pelo que pude ler antes da partida, Rabat não é dos locais mais turísticos. Não sei se por não valer a pena, se por estar perto de Casablanca que é a “referência turística”. Seja como for, isso acabou por ser uma vantagem pois visitamos a Medina sempre com a sensação de sermos os únicos turistas por perto. Comparando com todas as cidades visitadas ao longo da viagem, esta, e principalmente a Medina, foi aquela que nos pareceu mais genuína. Genuína no sentido de existir para os locais e não para ”turista ver”. Talvez o facto de ter sido a nossa primeira também tenha contribuído para esta sensação de espanto e agrado. Seja como for, foi uma paragem importante para nos começar a fazer ver Marrocos dum outro ponto de vista. Afinal, até podia ser que viéssemos a gostar!...


Uma imagem que com o passar dos dias deixou de surpreender

Isto é que é capacidade de carga!

O cuidado na apresentação é impressionante

Ah! E muito importante, também foi em Rabat o nosso primeiro contacto próximo com a enorme classe trabalhadora de arrumadores, com os seus coletes refletores e a mão sempre estendida, não exatamente a pedir, mas antes a exigir… Ficamos sem saber se funciona como cá em cada um dá o que quer e se quiser, ou se é algo obrigatório. Em Rabat pareceu-nos ser obrigatório… Seja como for, viemos embora sem deixar nenhum dirham.


Os 4 mototugas completamente rendidos ao pão marroquino

Em qualquer recanto, do mais improvável, surge algo que nos surpreende, como este teto.

A atenção na segurança é aqui uma constante

Seguimos viagem, rumo a Casablanca. Os km em Marrocos estavam a render muito mais que o previsto. Não andávamos sempre a parar, nem muito menos andávamos muito abaixo dos limites de velocidade, mas o trânsito infernal e os constantes Stop policiais não nos deixavam entrar num bom ritmo. Quando paramos para almoço depressa percebemos que para chegar a El Jadida ainda de dia não ia ser fácil, apesar de serem apenas “uma meia dúzia” de km… De forma unânime, talvez pelo ainda existente desagrado com o país e com as estradas e cidades grandes, talvez pelo cansaço, acabamos por decidir deixar Casablanca para outra altura. Se é como dizem, esta é apenas a primeira de diversas viagens a Marrocos. Haverá outras oportunidades.


O trânsito obrigava a umas paragens nada agradáveis ao sol...

Mais um preso no trânsito...

A Pan a abrir caminho até deixarmos o trânsito para trás. Estrada livre é o que gostamos.
Atravessamos Casablanca numa suposta auto-estrada. Digo suposta porque pessoas na berma a descansar, famílias inteiras com o cão e a ovelha a pedir boleia, táxis a parar para recolher ou deixar passageiros… Tudo isto, para mim, não faz sentido numa auto-estrada! Mas por aqui é assim que funciona. Ainda que proibido, é prática comum e todos convivem com isso de uma forma pacífica.

Problema mecânico? Bloqueia-se a portagem e trata-se do assunto. os restantes que esperem...

Overloaded? Será?

Com Casablanca para trás e o trânsito a aliviar um bom bocado, lá apontamos o rumo para El Jadida, onde chegamos a meio da tarde. Como aliás começou a ser normal em toda a viagem. Chegar a meio da tarde dá muito tempo para andar na estrada e ainda dá margem para escolher onde dormir, tomar um bom banho e ir passear pela cidade.
Chegados a El Jadida, a escolha de alojamento não foi complicada, pois logo à entrada da cidade, pela marginal, aparece o Ibis Budget. Com uma boa relação preço-qualidade, nem hesitamos. Além do mais este deve ser o único Ibis na primeira linha de praia e com umas vistas dos quartos fantásticas! As coisas estavam a melhorar!


Localização de luxo e muito boas instalações

Depois de instalados rumamos para a Cidadela Portuguesa. Mesmo de noite, fiquei impressionado com o estado de conservação dos edifícios no seu interior. Não me pareciam ter tido muita manutenção e no entanto estavam muito bem preservados.
E como não podia deixar de ser, fomos apanhados por um vendedor verdadeiramente marroquino! O indivíduo tinha a lengalenga bem estudada! E ao perceber que éramos de Portugal então aí ficou maravilhado! Acho que mesmo tendo sempre o interesse comercial, o homem quis conversar e quis mostrar o que sabe da Cidadela e da história do local. Estava genuinamente encantado com um grupo de portugueses que por ali apareceu e lhe deu “tempo de antena”. Foi um momento muito agradável e acabamos por fazer algumas comprinhas, bem negociadas pelo Rui que entretanto estava a aperfeiçoar o seu Modo Marroquino.

Aprendemos tudo que o tempo permitiu acerca da manufactura dos lenços. Foi excelente! 
Horas de jantar e passear pela cidade. A marginal foi uma surpresa agradável e estranha ao mesmo tempo. Se por um lado havia alguns bares já na areia, modernos e com muito bom aspeto, por outro lado havia um enorme edifício de arquitetura “moderna” dos anos 30 (?) numa localização excelente e completamente ao abandono…

Um momento artístico...

Marraquexe

Haverá melhor forma de começar um dia? E por cerca de 2€ (por tudo!)...
Os sumos naturais em Marrocos são uma maravilha. A fruta é muito boa!

Novo dia amanheceu e tínhamos mais alguns km pela frente. Com algumas alterações ao que achávamos que íamos fazer, pelo ritmo bem mais lento que temos vindo a fazer do que faríamos na Europa, eliminamos alguns destinos que tinham sido referidos… Bem , a verdade é que 10 ou 12 dias não chegam para ver tudo… E andar o dia inteiro na mota a fazer km e km só para dizer que fui a determinado local… Não fazia sentido. Vantagens de seguir sem marcações? Alteram-se os planos a qualquer instante. Vir sem obrigações tem-se demonstrado uma opção acertada! E agora acabamos de tirar quaisquer dúvidas! Se houvesse marcações tínhamos de nos manter fiéis ao plano, mesmo que isso implicasse desconforto para nós.
 
Dentro da cisterna, obra deixada pelos nossos antepassados.
Acho que o fim das minhas botas começou aqui...

Será que "viu a luz"?

Não admira que tenhamos lá construído a fortaleza. O local é de uma beleza impossível de retratar em fotografias.

Assim, para este novo dia, e depois de uma visita à luz do dia à Cidadela e à cisterna para umas fotos, partimos de novo! Desta vez com destino Marraquexe. Era uma cidade que estava no nosso imaginário desde há algum tempo. Fala-se de Marrocos e Marraquexe aparece sempre na conversa. Também por isso, estava um pouco ansioso… 

Estrada e mais estrada... Que mais podia desejar?

Que ricas peças ali apareceram no meio do cereal

A fiel amiga de km... Nem sabia o que ainda estava para vir, a coitada!

Animaizinhos conhecidos estes, mas os que eu costumo encontrar andam maioritariamente em 2 patas...

3 em linha?

Transporte de gado vivo numa pick-up?

As cidades e o seu trânsito infernal e absolutamente anárquico estavam a deixar-me nervoso. Andar naquele meio com a mota carregada, tão larga que devia ter pirilampos de aviso, depois de um dia de estrada e cheio de calor… Só podia dar asneira. Mas, nada de complicar! Andamos sempre devagar e se acontecer algo numa cidade não será mais que um toque… Nada de preocupar! É andar para a frente e sem preocupações em demasia!

Hotel em Marraquexe. Para não variar muito, tinha wi-fi gratuito.

Parquímetro para a carroça? A sério?

Ser fotógrafo não é fácil... a fotografia ideal está escondida atrás de uma posse acrobática do fotógrafo!

Uma de imensas mesquitas

Mais uma vez, chegamos cedo, procuramos hotel, banhoca e passear a pé! O hotel estava a uns 5 minutos da Medina e da sua enorme e animada praça central.
A Medina de Rabat até nos pode ter parecido mais genuína, mas em Marraquexe a palavra grandioso toma outro significado. Fantástico! Uma explosão de cores, de cheiros, de sons… Animação constante. Atividade constante. E loucuras marroquinas constantes, como atravessar a praça de motoreta, de gás, sem capacete, pelo meio das pessoas e a cereja em cima do bolo: a escrever SMS… Ah! E era de noite e a motoreta não tinha luz…

Esteve uns bons 5 minutos naquele mesmo sítio! Não é fácil atravessar uma estrada, muito menos com 4 vias "oficiais" e outras tantas (ou mais) "à marroquino"...

O centro da Medina de Marraquexe.

Não se vê na imagem, mas uma mota passou tão perto do Conde que ele até se desviou... (e não, não é a traseira avermelhada que se vê! Passou bem mais perto!)

Por fim: Tâmaras! 

Os cheiros e as cores dentro destas lojas era indescritível.

Uma de tantas ruas que nos deixou maravilhados.

Em todo o lado havia algo que nos despertava curiosidade.

Será a nova top-case da Touratech? Deve dar para 2 capacetes integrais, não?

Como as distinguem?

As cores, os tecidos, a apresentação cuidada de todos os artigos... Fantástico.

Com o dia a chegar ao fim, o fresco traz cada vez mais gente ao centro da Medina.
Indescritível o ambiente nestas ruas.

Mais uma vez, um enorme cuidado na apresentação dos artigos. As frutas são colocadas uma a uma!

O poste estava mal estacionado?
 
Andamos por lá umas boas horas e posso dizer que valeu a pena cada minuto! Não acredito que haja muitos locais como aquele. Verdadeiramente impressionante! Andar perdido pelas imensas ruelas sempre com um comércio variadíssimo e com aquelas cores e cheiros a não nos deixarem. E depois de uns bons km a passear, nada como um belo jantar! Tagine, brochette e couscous, uns sumos naturais e um chá de menta a acompanhar. Uma maravilha! E o pão… Ah… O pão! Sempre quentinho e a pedir para molhar no molho da tagine…